A cultura brasileira ignora o planejamento de longo prazo, o que é natural dada a nossa história recente de hiperinflação, desvalorizações cambiais constantes e incertezas no mercado. Há menos de uma geração atrás, dificilmente conseguíamos planejar o crescimento de um negócio ou um plano de carreira.
Hoje, tudo mudou. Investimos em planos de previdência privada, em títulos públicos que vencem em 2035, e criamos planos para as próximas décadas. Essa estabilidade permite às empresas traçar planos de crescimento para os próximos cinco ou 10 anos.
Um exemplo de necessidade de planejamento é o processo de internacionalização de uma empresa. Estudos comprovam um fenômeno: as empresas que se internacionalizam muito rápido destroem valor, assim como as que demoram demais. Já as empresas que se planejam e entram no mercado internacional de forma ordenada têm grandes benefícios.
Antes o mercado era instável, mas oferecia oportunidades variadas apesar das incertezas. Hoje, vivemos um processo de profissionalização, natural a uma economia estável e em crescimento. Este cenário permite que empresas pouco profissionais ainda sobrevivam, mas isso será cada vez mais difícil. Sem planejamento, as pequenas empresas vão morrer ou viver na corda bamba.
Exemplo de um planejamento de longo prazo bem executado é o que adequa as instalações da empresa ao tamanho do negócio. Se ela planeja um crescimento de 20% ao ano, significa mais que dobrar de tamanho em cinco anos, o que provavelmente requererá mais espaço. Definir a época ideal de ampliação será crucial para que não haja excesso de capacidade muito cedo no ciclo de planejamento ou falta de capacidade quando a empresa crescer demais.
Planejar também cria condições para os ciclos virtuosos de crescimento. Se a estratégia da empresa for de ‘preços baixos’, isso traz aumento de vendas. Mais vendas significam mais compras e maior poder de barganha com fornecedores, o que leva a menores custos e preços mais baixos, e retornamos ao aumento de vendas etc. O círculo virtuoso depende de planejamento e boas estratégias, que podem ser o motor para o desenvolvimento de longo prazo da organização.
Com informações de Rodrigo Zeidan e da Exame.
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