quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Segmento de pizzas tem destaque no faturamento das franquias




As projeções de crescimento do faturamento das franquias de alimentação para 2012 trazem percentuais robustos, na maioria dos casos superiores a 20%, aponta pesquisa da ECD Consultoria Especializada em Food Service, encomendada pela a Associação Brasileira de Franchising - ABF. O segmento de pizzas e massas, por exemplo, projeta faturamento 36% maior em 2012, ante o resultado de 2011.

Se consideradas as mesmas lojas, o percentual cai para 11%, na mesma base de comparação, explica o coordenador do Comitê de Alimentação da ABF, João Baptista da Silva Junior. A pesquisa da ABF, realizada com 40 marcas e 3.181 unidades de diferentes segmentos do food service, funciona como um termômetro do setor, aponta mudanças no mercado e expectativas, comenta o executivo.

Os indicadores deste levantamento, no entanto, devem ser vistos com cautela, por refletir a expansão física das redes, lojas contratadas há muitos meses, e não necessariamente o reflexo do crescimento da receita obtida por cada unidade de negócio.

O momento econômico interno, analisa Silva, é muito bom, com mais consumidores e a abertura de shoppings em novas localidades para a expansão das marcas. "Mas falta mão de obra e a lucratividade é baixa. A manutenção do negócio é um desafio. O crescimento não pode ser uma bolha", alerta o especialista.

O pano de fundo das preocupações do diretor da ABF é o custo do ponto de venda, bem maior, neste momento, segundo ele, do que por ocasião do fechamento de novos negócios entre franqueadores e franqueados. "O mercado de franchising precisa passar por ajustes", diz ele.

"Eu só faço contrato de aluguel de cinco anos, porque me dá condição de pleitear renovação. E o meu contrato de franquia é de cinco anos. Por isso a empresa franqueadora está sempre junto com o franqueado na hora de negociar o ponto", afirma Renata Rouchou, diretora de expansão do Grupo Trigo da redes Spoleto e Domino´s Pizza.

O preço do metro quadrado em pontos de rua também subiu, mas, segundo Renata, a possibilidade de negociação é maior, comparada à dos shopping centers, com casos, segundo ela, de reajustes reais acima de 50%. "Não há operação que possa pagar isso", argumenta.
Renata comenta que o mercado brasileiro será o terceiro maior do mundo para pizzas e massas até 2020. No Grupo Trigo, Domino´s Pizza saltou de 28 lojas, em março de 2011, para as atuais 45. "Abriremos mais 20 até o final do ano", a maioria na rua. A rede Spoleto tem 256 unidades e outras 60 para inaugurar, "com muito cuidado, para garantir a rentabilidade", recomenda.

A franqueadora Patroni Pizza também participa da negociação dos pontos para apoiar seus franqueados. "Nós acompanhamos a evolução dos contratos e um ano antes do vencimento já iniciamos a renegociação", explica o presidente da empresa, Rubens Augusto.

A marca, com 28 anos de mercado, opera com 96 unidades. Outras 45, segundo Augusto, serão abertas entre 2012 e 2013. São contratos, com shoppings e franqueados, assinados há menos de dois anos. "E já negociamos outras lojas. Há 20 pontos disponíveis. A Patroni capta e negocia os pontos. Nunca houve oferta tão grande de shoppings. Na contramão, os preços são maiores e os custos de ocupação, aluguel, condomínio e fundo de promoção, têm subido muito, de 20% a 25% nos últimos três anos", afirma o proprietário.

A demanda aquecida por novas oportunidades de negócio também contribui para isso, acrescenta Augusto. A expansão, ressalva, não foi afetada, mas tivemos que nos empenhar para ter um outro break-even. Entre os parâmetros do ponto ideal, a Patroni busca locais que rendam faturamento mensal entre R$ 60 mil e R$ 70 mil, com lucro lucro na casa de 12%.

A franquia da marca, em seu formato atual, opera como pizzaria e tratoria (com massas, carnes, peixes), para compensar o pouco consumo de pizza no horário de almoço. Apenas duas das suas lojas estão localizadas em ruas.

A tendência, para Augusto, é crescer nos shoppings. "Apesar da desvantagem de custo, ele põe o cliente na sua porta", justifica.

"Na relação cotidiana com os associados, ouvimos muitas reclamações sobre o custo de ocupação e não raras vezes, do comprometimento que isso causa na receita das lojas", comenta o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping Center (Alshop), Luís Augusto Ildefonso da Silva. Segundo ele, o mercado não vive uma bolha. "Há redes que têm sido mais rígidas na negociação. As maiores, conseguem mais vantagens. O lojista individual tem mais dificuldade", afirma.

Na mão inversa, alerta, o empreendedor deve analisar com cuidados ofertas de alugueis abaixo do preço de mercado. "Às vezes pode significar um desenvolvimento pouco salutar do shopping".

Com informações do site Diário do Comércio

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