Mais do que uma solução para economizar gastos, o coworking é uma maneira de trabalhar de forma integrada com outros empreendedores e estreitar redes de relacionamento. A onda dos "escritórios compartilhados" nasceu nos Estados Unidos e chegou ao Brasil há alguns anos. Funciona assim: as empresas e profissionais autônomos dividem o mesmo espaço físico e pagam pelo tempo de uso. Não existem regras fixas - cada um pode ficar o tempo que julgar necessário - e o ambiente de trabalho é naturalmente mais descontraído.
Ricardo Migliani, sócio da Link2U Coworking, escritório coletivo localizado na Avenida Paulista, em São Paulo, explica que o espaço é compartilhado por pessoas que possuem os mesmos valores. "Não fazemos nenhum tipo de seleção, mas os coworkers têm perfis e comportamentos semelhantes. Eles estão interessados, primordialmente, em trocar informações", explica.
O coworking não permite isolamento, o que faz com que as empresas tenham de, necessariamente, interagir entre si. "Com certeza, isso fortalece a criação de parcerias", diz Ricardo.
Levando-se em consideração a localização e os serviços oferecidos - internet de alto desempenho, recepcionista, limpeza e sala de reunião com TV -, fechar um pacote na Link2U pode sair até 50% mais barato do que utilizar um escritório próprio, segundo Ricardo. Atualmente, cerca de 55 pessoas, entre empreendedores e profissionais autônomos, dividem o local. A hora avulsa custa R$ 12 e dá direto a conexão sem fio, mesa e cadeira. O telefone é pago à parte e o local fica aberto 24 horas.
Casa da Cultura Digital
Mesmo sem definir o local como exclusivamente de coworking, André Deak, um dos idealizadores da Casa da Cultura Digital (CCD), de São Paulo, afirma que a intenção de compartilhamento de espaço e ideias está presente. "Eu diria que somos um local de produção criativa e colaborativa", explica.
Existem entre 25 e 30 empresas usando as dependências da CCD, o que dá uma média de 100 pessoas circulando diariamente pelo local. O espaço é composto por quatro casas que formam uma pequena vila na Barra Funda, zona oeste da capital. Nem todas as salas são compartilhadas - é possível utilizar ambientes exclusivos. Segundo André, parte dos projetos que acontece no local é fruto de parcerias internas.
Ao contrário da Link2U, onde o empreendedor paga por hora, na CCD os gastos são divididos mensalmente respeitando o tempo e o espaço que cada empresa ocupou. "Não necessariamente sai mais barato do que um escritório tradicional. Os ganhos aqui são muito mais no sentido de troca de experiências e de trabalho", esclarece André.
O perfil dos empreendedores que estão na CCD é de profissionais que dividem a ideia de compartilhamento de conhecimento. Há, por exemplo, empresas de produção de software livre e licenciamentos copy left (no qual, o autor abre mão do pagamento dos direitos autorais). "Não fazemos uma seleção, mas fica claro que quem possui um perfil mais burocrático acaba não se enquadrando ao 'sistema anárquico' praticado", afirma.
Com informações do Terra.
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